quarta-feira, 25 de março de 2009

a c o r d a r


E o celular toca 06:45.

Tu, tu, tu, tu. Tu, tu, tu, tu....

Sem olhar, coloco mais 30 minutos de soneca. É tempo o bastante para saber que o dia começou. Saber que a rotina virá à tona mais uma vez. É hora de fazer aquele pedido especial por uma boa notícia, tão ausente neste 2009. Por um dia produtivo. Por um dia sem problemas e por mais um dia. O pedido é de coração, é triste, melancolico, sem forças, recheado com doses de decepção e desilusão.
E a esperança que ainda resta, a cada dia vai se apagando.
"Tá bom pai, tá bom! Aprendi a lição, agora chega!"

segunda-feira, 16 de março de 2009

love over


E quando nem percebemos, quando fazíamos planos, quando tinhámos tudo pela frente, a porta vem e se fecha. É um fechar incomum, a gente se joga pra porta não fechar e a porta fere o peito, o coração, a mente. Dói muito.
Tentamos passar pro lado de lá e encontramos dentro de nós e dos outros, resistências, conflitos, confusões. Buscamos respostas de ambos os lados. O que fizemos? O que houve? Porque está sendo assim?

Dói acreditar. Dói se entregar, respeitar e se importar com alguém. Dói não saber o porque de tudo isso. Não ter respostas do outro lado.
Só nos resta os conflitos internos. Tentar buscar nosso rumo. Buscar nossa identidade e quando essa identidade é abalada, se torna mais difícil.
Posso ser quem eu quiser. Sou mutável, adaptável, quase intocável. Me resta saber o que ainda farei de coração puro, me resta saber se ainda tenho coração puro e se existirá alguém que mereça a pureza dele e da minha pessoa. De todo esse tempo, só me resta catar as cinzas de algo que foi construído com bases fortes de humildade, simplicidade, caráter e confiança.
Me resta catar as cinzas e procurar o tal pássaro que existe dentro delas

quarta-feira, 11 de março de 2009

Um dia em Gov. Nunes Freire

Mais ou menos uns 600 Km. É essa a distância de Teresina para a cidade do Maranhão chamada longamente de Governador Nunes Freire.
Na sexta (29/02) me convidei pra ir junto com meu primo, que iria dar uma aula para o Curso de Pós-Graduação da FACEMA na tal cidade. Ele achou muito bom, já que não tinha (muita) noção da distância, faria companhia e revezaria no volante. E até casou certim, porque adoro viajar, me deslocar, estar em espaços fora do tempo e do cotidiano, pensar, refletir, ver novas pessoas, novas comunidades, novos costumes. Mesmo que seja para os confins do mundo como essa bendita cidade do Maranhão onde fomos em busca do desconhecido.
Saímos no sábado pela manhã umas 10h, e chegamos lá por volta das 17:30, embaixo de muita água. Mas muuuita água. Não é a tôa que estávamos há 60Km da fronteira com o Pará.

A cidade, assim como as outras 17 que passamos, é bem ao estilo de passagem (o invisível leitor do meu blog se pergunta. Mas o que ser isso?) De passagem porque são criadas a partir da BR. Na BR é onde estão as principais lojas, restaurantes, hospitais, hotéis, praça e tudo, praticamente tudo é vinculado a BR, onde passam diariamente centenas de caminhões indo e vindo do Pará. De passagem porque ao conversar com as pessoas, quase não encontrei ninguém que morasse lá há muito tempo. As pessoas estão sempre em movimento. Indo embora, voltando, partindo. Falta muito aquele ar família da cidade, aqueles passeios em familia, pizzarias em família e etc. O que me impressionou também é a quantidade de mulheres com filhos. A média é de 2 filhos para cada mulher com mais de 19 anos.

Andando pela cidade nota-se o porque desses vários filhos. A maioria dos 'pais' são caminhoneiros. Caminhoneiros que estão de passagem pela cidade. As mulheres sem muita perspectiva de vida sentem-se atraídas por esses viajantes da vida, viajantes do mundo e se iludem facilmente com as falsas esperanças de construir família e sair daquele lugar. O que não ocorre.

Governador Nunes Freire é uma cidade estranha. Uma cidade pequena mas com um ar pesado, uma cidade sem compromisso, sem perspectiva...........




......................Governador Nunes Freire foi só passagem